Tanzânia emite mandado de captura contra membros da oposição ligados a protestos pós-eleitorais
As autoridades tanzanianas acusam figuras da oposição de envolvimento nas manifestações que eclodiram após as eleições de 29 de outubro, que resultaram em dezenas de mortos, segundo organizações internacionais.
As autoridades da Tanzânia emitiram mandados de captura contra vários membros da oposição, incluindo John Mnyika, secretário-geral do Partido da Democracia e do Progresso (Chadema). A decisão foi divulgada através das redes sociais da polícia tanzaniana, que alega que os visados estiveram ligados às manifestações que ocorreram após as eleições gerais de 29 de outubro.
De acordo com o portal Minutos, além de Mnyika, outros nove opositores são alvo da medida, entre eles o vice-secretário Amani Golugwa e a porta-voz Brenda Rupia.
A ação policial surge poucos dias depois de a Europa Press noticiar a detenção de 98 pessoas acusadas de promover os protestos. A Amnistia Internacional denunciou que, durante as manifestações, pelo menos uma centena de pessoas perdeu a vida em confrontos com as forças de segurança.
Nas semanas que antecederam a votação, organizações como a Human Rights Watch acusaram o Governo de intensificar a repressão contra opositores e de silenciar vozes críticas e meios de comunicação independentes.
A presidente Samia Suluhu Hassan, reeleita com 97,66% dos votos, tomou posse na segunda-feira (3). A Comissão Eleitoral Nacional declarou-a vencedora num pleito marcado pela exclusão dos dois principais candidatos da oposição.
Hassan assumiu pela primeira vez a presidência em 2021, após a morte repentina do então chefe de Estado, John Magufuli, de quem era vice-presidente.
